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Onde está o Faraó?

Apenas mais um mês e o ano acaba. Para alguns o tempo passa muito devagar e é muito bem aproveitado. Para outros, no entanto, o tempo passa numa velocidade incrível. Ele é tão veloz para estes que não são capazes de fazer muitas coisas úteis. No máximo algumas poucas coisas razoáveis, que poderiam muito bem ser feitas em muito menos tempo e gastando-se bem menos dinheiro.

Ano que vem já é ano eleitoral. É a época do balanço entre o que foi prometido e o que foi feito. É bem verdade que a população em geral não tem costume de fazer isso. Poucos são os que guardam os planos de governo distribuídos e prometidos arduamente durante a campanha. Entre sorrisos, buzinas, tapas nas costas e acenos.

O que se vê, pelo menos a impressão que se tem, é que os candidatos fazem seus planos de governo sem pensar no tempo, na verba, nas licitações, no Ministério Público… Toda idéia que vem à cabeça eles colocam no papel. Uma travessia, um serviço de urgência, escolas em excelente funcionamento, saúde para todos. Enquanto o papel couber promessa e houver eleitor que creia elas são feitas.

O tempo é assim. Rápido para uns e lentos para outros. Rápido em umas ocasiões, como o que decorre entre um processo e uma revogação. E lento, extremamente lento, quiçá inerte, entre uma promessa dita em alto e bom som e a concretização de tal compromisso. São várias as variáveis que interferem nesse aproveitamento do tempo. Intempéries, legislações, poder legislativo (ou a falta dele), boa vontade, amizade, família, troca de favores.

Quanto mais faraônica a obra prometida mais votos são angariados. E quanto mais se promete, menos se cumpre. Construir pirâmides e esfinges é para faraós de verdade e não para pseudo-governantes.